quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Eu brincava assim...

A minha infância e adolescência foram passadas em Lisboa, na Parada do Alto S. João. Pode parecer um lugar igual a muitos outros, porém, quando visto de cima, constata-se que possui qualidades invulgares para por em prática inúmeras brincadeiras. Os prédios estão dispostos em volta de um meio círculo, formando uma espécie de anfiteatro. Ao meio, existe um enorme jardim, com duas áreas distintas, a nascente e a poente, sendo separadas por uma área destinada ao estacionamento para o cemitério.

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Começo por falar da brincadeira universal, o futebol. No jardim, existiam dois ‘campos’ de futebol, o grande, com piso em calçada portuguesa e o pequeno, com piso em alcatrão. No ‘campo’ grande, conseguia-se jogar com equipas de cinco jogadores, mais dois em relação aos que cabiam no ‘campo’ pequeno. No ‘campo’ pequeno, as balizas eram os bancos de madeira que lá existiam. Claro está que quando aí decorria um jogo, a área ficava interdita pelos desportistas que impediam mais alguém de lá se sentar, sob pena de levar com uma bolada. O ‘campo’ grande era delimitado de um dos lados por uma estrada, onde passavam eléctricos com frequência. Por vezes, na euforia do jogo, ninguém se lembrava de fazer uma pausa, indo a bola parar debaixo do eléctrico. Infelizmente, bolas de qualidade não eram um artigo que existisse em grande quantidade. Nesse aspecto, quem tinha uma bola de qualidade estava safo pois era sempre chamado para jogar.
Eu não era um ‘craque’ do desporto rei. A escolha das equipas era feita por dois membros. Afastavam-se e depois dirigiam-se um contra o outro, com um pé a seguir ao outro. Quem pisasse primeiro o pé do adversário tinha o direito de escolha. Eu, de forma injusta, ficava sempre para o fim das escolhas. O melhor era ser o dono de uma bola de qualidade. Como não haviam foras de jogo, por vezes jogava ‘à mama’, ou seja, nunca ajudava na defesa e esperava sempre que me fizessem um passe, para que eu, num simples remate tentasse marcar um golo. Quando não jogava ‘à mama’, era incluído na defesa, adoptando uma postura de ‘pantufeiro’ ou ‘sarrafeiro’.

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Naquela Parada imperava uma imaginação muito fértil e uma capacidade de improviso inesgotável. Qualquer acontecimento desportivo que passasse na televisão, tinha sempre grande potencial para ser replicado por aqueles miúdos da Parada.
Mal começou um campeonato do mundo de Hóquei em Patins, já nós estávamos a organizar um campeonato em paralelo. Não haviam patins, por isso era Hóquei em Campo. Alguns tinham sticks a sério, sendo invejados por todos os outros. Quem não tinha stick, agarrava num pau comprido onde pregava na ponta uma madeira e já estava, um stick de alta competição. Mal o campeonato do mundo acabava, já ninguém queria jogar a esse Hóquei em Campo.
Começavam os Jogos sem Fronteiras e lá íamos nós para a rua inventar provas para serem superadas por equipas. O “Mangas” tratava de toda a parte logística. As medalhas eram caricas colocadas na linha do eléctrico. Depois de serem espalmadas, fazia-se um furo com um prego, passava-se uma guita e já estava.
Os lancis do jardim eram aproveitados para fazer corridas de carros da
Matchbox ou de caricas, simulando uma autêntica corrida de F1 ou de Nascar.
Vimos na televisão um programa sobre tropas especiais e imediatamente formámos um grupo de acção rápida (só se fosse para fugir depressa para casa). Num dos exigentes treinos, ao saltar uma barreira, tropecei e fui bater com a cara no chão. Perdi metade dum dente da frente e tive que engolir todo o orgulho quando cheguei a casa e a minha mãe decidiu mostrar de forma enérgica que estava satisfeita pelo facto de eu apenas ter perdido parte de um dente.

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quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

O mundo apenas gira em torno dos Homens?

Andava eu a preparar-me para o natal, quando no dia 22 de Dezembro assisto à seguinte notícia na Sic Notícias.
A revista FHM decidiu por em prática nas ruas de Lisboa uma campanha rodoviária com origens na Dinamarca. A campanha consistia em colocar nas artérias principais, membros do sexo feminino com muito pouca roupa, a agarrar sinais de proibição de circulação a mais de 50 km/h, com o objectivo de lembrar aos automobilistas a necessidade de moderar a velocidade. Aqui, o ‘pouca roupa’, em pleno Inverno (cerca de 10º na rua), significava usar uns mini-calções e a parte de cima de um bikini. Na Dinamarca, as meninas da campanha vão para a rua em topless.

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Eu não queria acreditar. Mas esta campanha poderia fazer algum sentido?
«…já que a presença das mulheres assegurou que os automobilistas abrandassem à passagem pelos pontos-chave da campanha…», porque seria?
Em primeiro lugar há que salientar que tudo correu pelo melhor e que as meninas não provocaram nenhum acidente. Sim, um acidente. Todos os homens devem ter ido a olhar pelo espelho retrovisor durante uns bons metros, para tentar ver tudo o que lhes tenha escapado na abordagem frontal que fizeram às meninas. Por isso, foi mesmo uma sorte não terem batido em algum carro que estivesse parado mais à frente.

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Num dos melhores anúncios de 2006, a Galp conseguia parar Portugal sempre que o dito anúncio passava na televisão (recorde
aqui o spot e veja aqui tudo sobre a campanha).
Depois de passar o impacto inicial e após apurada investigação se saber que a bela e escultural modelo se chamava
Katarzyna Potoczek, lá nos debruçámos sobre o objectivo do anúncio. O que estava em causa era que a Galp estava a lançar uma nova garrafa de gás, com o nome de código ‘Pluma’, que tinha a particularidade de ser tão leve que podia ser carregada por uma mulher.
Se fosse só isto nem era mau. Os homens, depois de passar o anúncio até poderiam ter reparado que havia uma garrafa de gás no anúncio. As mulheres, ficariam satisfeitas por existir mais um artigo onde não necessitavam da ajuda masculina para o transportar, pois até isso eles se esqueciam de fazer.
Só que a campanha virou algo do género: “Ligue para a Galp e mude para a ‘Pluma’. O serviço de troca é grátis e habilita-se a que seja feito por uma miúda do gás!”. Aqui é que isto descarrilou. Posso estar enganado, mas regra geral, quem costuma estar em casa e organiza e paga as contas até é a mulher (conheço muitas situações assim). Por isso, que interesse teria uma mulher em que o serviço da troca para a ‘Pluma’ fosse efectuado por uma miúda do gás?

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Não sei o que é feito da Maxim, ou se ainda se vende, mas eu nunca a comprei porque achei que não sabia daquilo que eu gostava. Sem dúvida que prefiro ler a Máxima.
Mas digam-me, pela publicidade e outros eventos, constata-se que em geral o mundo só gira em torno do homem ou foi apenas uma análise absurda que eu fiz?

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sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Holocausto - Revisionismo - Israel - Mahmoud Ahmadinejad - Nuclear

No dia 08-12-2006, deparei-me no Expresso com uma notícia relativa a uma conferência internacional organizada pelo Instituto de Estudos Políticos e Internacionais (IEPI) do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, que iria decorrer nos dias 11 e 12 de Dezembro de 2006, em Teerão. Intitulada de “Conferência Internacional para Revisão do Holocausto: Uma Visão Global”, constituía um encontro de revisionistas do Holocausto do mundo inteiro e seria um verdadeiro balão de oxigénio no que essas pessoas consideram ser uma luta pela "liberdade de expressão" nos países em que negar o Holocausto é crime.

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Negar o Holocausto é ilegal nos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Eslováquia, Israel, Lituânia, Polónia, Roménia, e República Checa e Suiça.
Por exemplo, na Alemanha, quem negar o Holocausto incorre numa pena que pode variar entre seis meses a cinco anos de prisão.

Neste aspecto, muitos revisionistas do Holocausto reclamam que o seu trabalho se insere num ‘direito universal da liberdade de expressão’ e interpretam estas leis de punição da negação do Holocausto como uma confirmação das suas ideias, argumentando que a verdade não precisa de ser forçada ou imposta com recurso à lei.
Sobre as penas, por exemplo, referem-se os nomes de
Frederick Toben (condenado na Alemanha a cinco anos de prisão) e de David Irving (recentemente libertado na Áustria, após ter cumprido dezoito meses de prisão de uma pena total de três anos – mais aqui)

Além do negar do Holocausto ser crime em alguns países, o facto de ser apoiante ou defensor desse método de pesquisa, também pode trazer graves consequências a quem o pratica. No blogue ‘Admirável Mundo Novo’, do Flávio Gonçalves, são mencionados os seguintes actos de censura ou represália para com os participantes da conferência em Teerão:

participante canadiano ameaçado com despedimento: Shiraz Dossa, professor de política da Universidade S. Francisco Xavier em Nova Scotia discursou acerca do aproveitamento do Holocausto para justificar a "guerra contra o terror", o Dr. Dossa acredita no Holocausto e considera que "quem nega o Holocausto só pode ser lunático." (mais
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participante sueco suspenso do seu emprego:
Jan Bernhoff, professor de informática, foi suspenso das suas funções de professor aquando do seu regresso à Suécia. (mais aqui)

participante britânico necessita de escolta policial: Ahron Cohen é o seu nome, é rabino ortodoxo, é judeu, foi a Teerão defender a existência do "holocausto",…, referiu também que os revisionistas que tinha conhecido eram pessoas decentes e honestas, e chorou pelo sofrimento do seu povo... (mais
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O Holocausto existiu, foi um dos actos mais bárbaros contra a Humanidade e é provado de forma irrefutável até hoje. Deverá ser sempre recordado de forma a evitar que algo semelhante possa um dia voltar a acontecer.
Os revisionistas do Holocausto têm todo o direito em efectuar os estudos que bem entendam.
Punir com pena de prisão o acto de negar o Holocausto, não se pode enquadrar no princípio universal da liberdade de expressão.
A proliferação de armas nucleares deverá ser parada e as mesmas destruídas.
Por equidade de princípios, as sanções agora aplicadas ao Irão também deveriam ser aplicadas a Israel.

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quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Um Ano!

Mais informação em,

Smoke No Smoke

Também faz 365 dias que eliminei um problema vesicular! Ai o que me desforrei neste Natal!