sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Holocausto - Revisionismo - Israel - Mahmoud Ahmadinejad - Nuclear

No dia 08-12-2006, deparei-me no Expresso com uma notícia relativa a uma conferência internacional organizada pelo Instituto de Estudos Políticos e Internacionais (IEPI) do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, que iria decorrer nos dias 11 e 12 de Dezembro de 2006, em Teerão. Intitulada de “Conferência Internacional para Revisão do Holocausto: Uma Visão Global”, constituía um encontro de revisionistas do Holocausto do mundo inteiro e seria um verdadeiro balão de oxigénio no que essas pessoas consideram ser uma luta pela "liberdade de expressão" nos países em que negar o Holocausto é crime.

(…)

Negar o Holocausto é ilegal nos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Eslováquia, Israel, Lituânia, Polónia, Roménia, e República Checa e Suiça.
Por exemplo, na Alemanha, quem negar o Holocausto incorre numa pena que pode variar entre seis meses a cinco anos de prisão.

Neste aspecto, muitos revisionistas do Holocausto reclamam que o seu trabalho se insere num ‘direito universal da liberdade de expressão’ e interpretam estas leis de punição da negação do Holocausto como uma confirmação das suas ideias, argumentando que a verdade não precisa de ser forçada ou imposta com recurso à lei.
Sobre as penas, por exemplo, referem-se os nomes de
Frederick Toben (condenado na Alemanha a cinco anos de prisão) e de David Irving (recentemente libertado na Áustria, após ter cumprido dezoito meses de prisão de uma pena total de três anos – mais aqui)

Além do negar do Holocausto ser crime em alguns países, o facto de ser apoiante ou defensor desse método de pesquisa, também pode trazer graves consequências a quem o pratica. No blogue ‘Admirável Mundo Novo’, do Flávio Gonçalves, são mencionados os seguintes actos de censura ou represália para com os participantes da conferência em Teerão:

participante canadiano ameaçado com despedimento: Shiraz Dossa, professor de política da Universidade S. Francisco Xavier em Nova Scotia discursou acerca do aproveitamento do Holocausto para justificar a "guerra contra o terror", o Dr. Dossa acredita no Holocausto e considera que "quem nega o Holocausto só pode ser lunático." (mais
aqui)

participante sueco suspenso do seu emprego:
Jan Bernhoff, professor de informática, foi suspenso das suas funções de professor aquando do seu regresso à Suécia. (mais aqui)

participante britânico necessita de escolta policial: Ahron Cohen é o seu nome, é rabino ortodoxo, é judeu, foi a Teerão defender a existência do "holocausto",…, referiu também que os revisionistas que tinha conhecido eram pessoas decentes e honestas, e chorou pelo sofrimento do seu povo... (mais
aqui)

(…)

O Holocausto existiu, foi um dos actos mais bárbaros contra a Humanidade e é provado de forma irrefutável até hoje. Deverá ser sempre recordado de forma a evitar que algo semelhante possa um dia voltar a acontecer.
Os revisionistas do Holocausto têm todo o direito em efectuar os estudos que bem entendam.
Punir com pena de prisão o acto de negar o Holocausto, não se pode enquadrar no princípio universal da liberdade de expressão.
A proliferação de armas nucleares deverá ser parada e as mesmas destruídas.
Por equidade de princípios, as sanções agora aplicadas ao Irão também deveriam ser aplicadas a Israel.

Mais aqui

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